19 de agosto de 2014
R7 SÃO PAULO:
Por dois votos a um, a 2ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) decidiu na segunda-feira (18) excluir o ex-presidente do parque de diversões Hopi Hari Armando Pereira Filho da ação penal em que ele era acusado do homicídio culposo (sem intenção de matar) da adolescente Gabriela Nichimura, de 14 anos.
A estudante morreu no dia 24 de fevereiro de 2012, após cair de uma altura de 25 metros do brinquedo La Tour Eiffel. Gabriela despencou após a trava da cadeira ocupada por ela se abrir. A decisão da Justiça ocorreu no pedido de habeas corpus feito pelo advogado de Pereira Filho, o criminalista Alberto Zacharias Toron. Outros dez funcionários do parque permanecem como réus na ação.
Neste ano, Toron já havia conseguido excluir do processo Flávio da Silva Pereira, gerente de manutenção do parque, que também era acusado no caso.
O MPE (Ministério Público Estadual) havia denunciado os réus em maio de 2012, alegando que eles agiram com negligência na operação da torre. No habeas corpus de segunda-feira (18), o TJ considerou que não havia motivo para que o ex-presidente fosse mantido como réu. Segundo a maioria dos desembargadores, a denúncia narra claramente a responsabilidade dos funcionários e a falta de cautela deles. Toron explica que Pereira Filho não pode ser responsabilizado pelo acidente.
"O parque sempre funcionou bem quando as regras eram cumpridas. O ex-presidente não pode ser responsabilizado pelo descumprimento delas."
O MPE informou que vai aguardar a publicação do acórdão e analisar recurso ao TJ e, em caso de nova derrota, ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). O órgão afirmou também que já havia apresentado recurso contra a decisão do habeas corpus favorável a Flávio da Silva Pereira. O desembargador e relator do processo, Francisco Orlando de Souza, foi o único que deu voto contrário à decisão. O advogado Ademar Gomes, que representa a família de Gabriela, disse que vai "avaliar" como recorrer da decisão no STJ.
NO PARQUE:
O brinquedo La Tour Eiffel segue interditado desde 24/02/2012 aguardando instalação de novos sistemas de segurança. Não há previsão de reabertura.
Desde sua abertura em 1999, este foi o primeiro acidente no Hopi Hari. Após o ocorrido o parque reforçou sistemas de segurança, como instalação de novas travas de segurança nas atrações, ampliação do sistema de monitoramento (câmeras de segurança nos equipamentos), e remodelação das regras de operação.
No final de 2012, após diversas inspeções de segurança, o Hopi Hari foi primeiro parque do país a obter a certificação internacional que reconhece seu sistema da gestão da qualidade, a ISO 9001:2008.
A certificação se refere à prestação de serviços nas atrações de suas cinco regiões temáticas: Kaminda Mundi, Wild West, Mistieri, Infantasia e Aribabiba, e foi concedida pelo Grupo SGS, líder mundial em inspeção, verificação, testes e certificação. Na norma ISO 9001, os processos da organização devem estar alinhados, o sistema de gestão da qualidade prescreve atendimento e satisfação aos requisitos dos clientes, melhoria contínua e aborda, de forma genérica, princípios como liderança, envolvimento das pessoas e tomada de decisões baseadas em fatos.
"Quando o Hopi Hari apresenta uma certificação independente, como é o caso da ISO 9001, está dando ao mercado uma comprovação de que atende a uma série de requisitos, segundo critérios reconhecidos e aceitos pelo mercado. É a forma de demonstrar que se preocupa e atende às expectativas do cliente. Ao final, todo esse esforço trará um melhor posicionamento da marca no mercado e a fidelização do consumidor", declara Karina Tagata, gestora da área de Comunicação e Marketing das Unidades de Negócios - Auditorias e Certificações do Grupo SGS Brasil.